A oradora começou por apresentar um diapositivo que remetia para Mulheres no mundo- trajectos emancipatórios. Destacou várias figuras femininas, como é o caso de Simone de Beauvoir autora de "O segundo sexo" e orientou o debate para a transformação do estatuto das mulheres no século XX: o século das mulheres.
Recordou-se que em Portugal diversas eram as funções vedadas/ de difícil acesso às mulheres, como é o caso da vida militar e da magistratura. Uma mulher só podia ter uma actividade comercial, se o marido autorizasse.
Apesar das profundas alterações que entretanto tiveram lugar, a divisão sexual do trabalho continua no presente, assim como desigualdades que os números espelham:
- Dos 900 milhões de analfabetos que existem no mundo, 2/3 são mulheres;
- 40% das mulheres não tem acesso aos direitos sexuais e reprodutivos, o que acentua o risco da infecção VIH/SIDA ao sexo feminino;
- 2/3 das horas de trabalho no mundo são realizadas por mulheres, muito embora elas ganhem apenas 1/3 dos salários auferidos;
- 70% das pessoas que vivem em situação de miséria extrema, são mulheres!
Foi discutido o conceito de mulher ideal e o conceito de feminismo. Foi consensual que o ideal é viver em equilíbrio, embora social e tradicionalmente a mulher tenha sido amarrada ao seu destino biológico. Neste contexto, a pílula deu origem a enormes transformações na vida da mulher e a uma ruptura de mentalidades no séc. anterior.
Na prática diária há contudo muitas diferenças de género. As mulheres despendem 18% do seu tempo com tarefas domésticas, contra 2,5% despendidos pelos homens. O acesso ao emprego continua a ser mais difícil para as mulheres que para os homens.
A professora Manuela Tavares salientou 5 situações actuais de discriminação:
- a violência sobre mulheres;
- a discriminação no mercado de trabalho;
- a persistência de valores tradicionais na família (ao nível das tarefas domésticas e do cuidar de crianças e idosos);
- a dificuldade do acesso das mulheres ao poder político;
- a feminização da pobreza.
Por fim, os alunos optaram por aprofundar o debate e manifestaram as suas opiniões, tendo o Jorge Isaías destacado que é necessário ter consciência da discriminação e que é fundamental viver em equilíbrio no que respeita aos dois sexos. A palestrante elogiou-o, tendo-lhe dito:
- Você é um feminista! Dou-lhe os meus parabéns!
Mais informações, em:
http://www.umarfeminismos.org/
Podes ainda assinar a petição "Eu não sou cúmplice", relativa à violência sobre as mulheres.
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